Chegou a hora de Gabriel Jesus no City?

Chegou a hora de Gabriel Jesus no City? No último jogo da Champions League contra o Real Madrid, Pep Guardiola mandou o City a campo com Gabriel Jesus no time titular.

Contudo, quais os motivos levaram o técnico espanhol a escalar o jovem jogador brasileiro? De fato na grande maioria dos jogos decisivos, Gabriel Jesus sempre havia começado como opção no banco de reservas.

Portanto, essa análise tem como objetivo entender alguns motivos que pesaram na escolha de Guardiola na hora de montar o time titular para esse confronto importantíssimo fora de casa.

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Gabriel Jesus não entrou no lugar do Agüero

O primeiro ponto a ser esclarecido é que Jesus não atuou na posição de Sérgio Agüero, ao contrário do que muita gente disse.

Jesus começou a partida como extremo esquerdo e não na vaga de Agüero pelo meio no ataque. Dessa forma quem ficou com a vaga do argentino foi Bernardo Silva, como mostra a imagem abaixo.

Gabriel Jesus não jogou na vaga de Agüero
Gabriel Jesus não atuou na vaga de Sérgio Agüero, mas sim no lugar de Sterling.

É provável que Guardiola tenha poupado Sterling, que estava voltando de lesão e não teria condições de atuar os noventa minutos.

Disciplina no posicionamento defensivo

Nessa partida o atacante se destacou, entre outros pontos, pelo seu bom posicionamento defensivo.

Em resumo, o atacante tem mostrado uma grande evolução em termos de disciplina tática. Principalmente quando o time está sem a bola.

Gabriel Jesus disciplina tática

Mostrou muita disposição e cobriu com maestria o corredor de cem metros, ajudando a defender as principais investidas do Real Madrid por aquele lado do campo.

Força na marcação na origem dos cruzamentos

Uma das principais armas do Real Madrid nessa temporada, são os cruzamentos. Obviamente, Pep Guardiola já sabia disso e fez o que pode para minimizar os efeitos dessa tática do time de Zidane.

Assim sendo, a entrada de Gabriel Jesus representou um poder de marcação muito maior pelo lado esquerdo do Manchester City.

Tanto que a grande maioria das jogadas que o Real de Zidane conseguiu produzir foram pelo lado direito da defesa do City, inclusive a saída de bola interceptada que resultou no gol merengue.

Problema para acompanhar movimentação individual

Uma característica negativa foi a dificuldade de Gabriel Jesus em acompanhar movimentações mais complexas. Em outras palavras, quando o Real Madrid atacava com três ou mais jogadores pela direita, com troca de posições, a marcação do City acabava se confundindo.

City sem contra-ataque no primeiro tempo

Outro ponto negativo do sistema de jogo do City, foi a falta de linhas de passe na construção dos contra ataques na primeira parte do jogo.

Jesus cobria o corredor de cem metros, ficando recuado em muitos momentos do jogo. Assim, quando o City recuperava a bola, existiam poucas opções de passe na frente.

Bernardo Silva cercado por jogadores do Real, City sem contra-ataque.

Portanto, na maioria dos lances o City era obrigado a recuar e dava tempo para o Real se recompor na defesa.

Gabriel Jesus: Explosão, força e presença de área

Mas não só defensivamente o brasileiro foi importante na virada do Manchester City. Ofensivamente o jogador mostrou sua importância.

Principalmente na segunda etapa, após a entrada de Sterling no lugar de Bernardo Silva. Aí sim o brasileiro passou a jogar pelo meio no lugar de Agüero.

Conseguiu duas finalizações de cabeça, mostrando boa presença de área, uma delas resultou no gol de empate.

Além disso, com a bola mostrou força nas arrancadas, bons dribles puxando para a perna direita na maioria das vezes. Conseguiu cavar a expulsão do Sérgio Ramos no final da partida.

E para você? Chegou a hora de Gabriel Jesus no City? O atacante brasileiro merece ter mais oportunidades nos grandes jogos?

Grande abraço e até a próxima análise!

Manchester CityPep Guardiola
Raul Ando
Raul Ando. Analista de futebol profissional. Apaixonado por táticas e estratégias de jogo. Produtor de conteúdo no Categoria Canal, Futebol Cursos e Núcleo de Análise Tática.
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