12 de julho de 1998. Brasil 0, França 3. Uma tarde que traumatizou muitos brasileiros, inclusive eu. Muito se falou sobre o que aconteceu antes da partida, com Ronaldo, mas pouco sobre o que ocorreu dentro de campo. Vamos entender como a França construiu esse placar tão expressivo.
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Analisando essa partida de 1998, é possível traçar paralelos interessantes com a seleção de 1970, também treinada pelo Zagallo. Em termos de posicionamento e funções, há muitas semelhanças. Desconsiderando o nível técnico, claro, vamos focar nas estratégias e táticas que levaram ao desastre de 1998.
Principais Pontos da Análise
- Estratégias de 1970 vs. 1998: Comparação dos posicionamentos e funções.
- Jogadas de Ataque do Brasil: Falhas e como foram exploradas pela França.
- Defesa do Brasil: Problemas de marcação e buracos táticos.
- Vulnerabilidades da França: Brechas que poderiam ter sido exploradas.
- Impacto do Desgaste Físico: Como a França aproveitou a situação.
Estratégias de 1970 vs. 1998
Zagallo tentou replicar a estrutura de 1970 em 1998. Dois zagueiros, dois meio-campistas centralizados, laterais ofensivos e jogadores flexíveis no ataque. Gerson e Dunga, por exemplo, tinham papéis semelhantes na distribuição do jogo. Rivaldo e Rivelino se moviam pelo meio, enquanto os laterais avançavam. No ataque, Bebeto tinha responsabilidades defensivas maiores, assim como Tostão em 1970.
Jogadas de Ataque do Brasil
O Brasil focou em lançamentos, especialmente diagonais da esquerda para a direita, tentando pegar a descida do Cafu. Essa estratégia não funcionou, e a França rapidamente explorou as costas do Cafu nos contra-ataques, com Zidane armando jogadas perigosas. A França manteve uma marcação em bloco médio, esperando os lançamentos do Brasil e se preparando para contra-atacar.
Defesa do Brasil
A marcação do Brasil era desencaixada, com buracos pelo meio e pelos lados. Um volante sempre recuava para proteger os zagueiros, deixando espaço para a França atacar com Karembeu e Thuram. A superioridade numérica da França no meio campo desestruturava a defesa brasileira, facilitando infiltrações e ataques rápidos. Djorkaeff, com suas arrancadas, deu muito trabalho à defesa do Brasil.
Vulnerabilidades da França
A França, apesar da defesa sólida, tinha suas vulnerabilidades. O Brasil poderia ter adaptado suas jogadas para explorar os espaços abertos pela marcação francesa. Com um material humano talentoso, a seleção brasileira poderia ter criado mais oportunidades se tivesse ajustado sua estratégia.
Impacto do Desgaste Físico
O Brasil foi constantemente exigido fisicamente, correndo para trás em recomposições defensivas. Isso desgastou a equipe, que não conseguiu acompanhar o ritmo da França. O terceiro gol da França, nos acréscimos, veio de um contra-ataque, mesmo com um jogador a menos. A falta de pernas para acompanhar a França foi um fator decisivo na derrota.
A análise detalhada da partida mostra que não foi apenas um dia ruim para os jogadores brasileiros. Houve problemas táticos significativos que contribuíram para a derrota. Uma leitura de jogo ruim custa caro, e nesse caso, custou a Copa do Mundo para o Brasil.