Não foi dessa vez que a seleção brasileira reencontrou o bom futebol.
Vitória magra sobre o Equador por 1 a 0, com um gol marcado em uma finalização de fora da área de Rodrygo que desviou no defensor.
Nessa análise vamos entender o que deu errado e apontar alternativas que poderiam destravar o ataque do Brasil.
Organização Ofensiva da Seleção Brasileira
Dorival Júnior mudou a organização ofensiva do Brasil. Com André no time titular, ele optou por manter apenas um volante recuado, adiantando Bruno Guimarães.
No entanto, as mudanças não produziram melhoras no ataque posicional da seleção.
O que vimos foi um posicionamento eficiente para circular a bola, mas que não produzia vantagens para criar boas jogadas que levassem perigo ao gol do Equador.
Infiltrações pelo Corredor Central
Uma das principais tentativas nessa partida foram as infiltrações frontais pelo corredor central.
Tentando aproveitar Paquetá e Guimarães por dentro do bloco, os jogadores se aproximavam e tentavam trocas de passes para furar o bloqueio equatoriano.
Mas as trocas de passes não fluíram, a seleção cometeu muitos erros.
Além disso, a jogada ia de encontro com as três linhas de marcação do Equador. Exatamente o que o adversário queria.
Dinâmicas pelo Lado Esquerdo do Ataque
Pela esquerda o Brasil tentava jogadas de infiltração em diagonal, mas que também não funcionaram.
Arana fazia ultrapassagens por dentro, mas que não produziam vantagem. Ou seja, não arrastavam a marcação, e não criavam superioridade numérica.
Então, novamente, sem uma troca de passes fluída, e indo de encontro à compactação equatoriana, o Brasil encontrou sérias dificuldades em uma das suas principais jogadas.
Lançamentos pelo Lado Direito
Pela direita a jogada tentada foi bem diferente. Dorival Júnior apostou nos lançamentos buscando as costas da defesa.
Danilo se apresentava recuando, e quando recebia procurava Luiz Henrique se projetando para receber o lançamento.
Essa jogada também não produziu grandes chances, os lançamentos carecem de entrosamento, e o Equador foi muito bem defendendo as costas, controlando bem a profundidade.
Valorização Excessiva da Posse de Bola
Além dos problemas de eficiência das jogadas tentadas, outro ponto que chama a atenção é a valorização excessiva da posse de bola.
Em alguns momentos o Brasil parece não saber o que fazer para atacar, em outros parece que não quer arriscar perder a bola.
Assim, o time circula, circula, circula, e quando tenta é porque não aguenta mais circular, e não por ter encontrado espaço.
Qual Seria um Plano de Jogo Melhor?
Considerando o 532 do Equador, uma alternativa seria o Danilo não se movimentar recuado para receber um passe de lado para tentar o lançamento.
Mas sim, avançar para receber na intermediária e fazer um cruzamento antecipado na segunda trave.
O Brasil aproveitaria a compactação pela esquerda para invadir a área no destino do cruzamento com três ou quatro jogadores.
Essa jogada teria muito mais potencial, mas sequer foi tentada.
O Plano de Jogo Matou o Futebol da Seleção Brasileira
Um bom plano de jogo é importante para determinar o fluxo do jogo. Jogadas podem ter desdobramentos positivos ou negativos para uma equipe.
Por exemplo, no caso do Brasil, uma infiltração frustrada alimenta o contra-ataque adversário, ou no máximo gera uma nova infiltração, caso o perde e pressiona funcione.
Enquanto os cruzamentos antecipados tendem a produzir finalizações, ou saídas de bola para o adversário. Cenário que é favorável aos contra-ataques de pressão alta, que o Brasil executa muito bem.
Aliás, estamos falando de apenas um cenário da partida: o plano de ataque posicional.
O Brasil novamente apresentou problemas em sua saída de bola.
Além disso, os contra-ataques, que eram a grande força do time, dessa vez não funcionaram.
Mas esses são assuntos para outras análises.
Grande abraço e até a próxima!