O Brasil na Copa do Mundo 2022

Esse é o registro completo do Brasil na Copa do Mundo FIFA Catar 2022.

Relembre a trajetória da seleção brasileira do técnico Tite na Copa 2022. Desde a estreia contra a Sérvia, passando pela eufórica goleada contra a Coréia, até a precoce eliminação contra a Croácia nos pênaltis.

O objetivo deste artigo vai além de uma análise tática. Afinal, o contexto de uma Copa do Mundo, rompe as barreiras das quatro linhas. Portanto, é importante acrescentar outras camadas de informações relevantes.

Time titular. Em pé: Alisson, Richarlison, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos e Casemiro. Abaixados: Neymar, Raphinha, Paquetá, Vinícius Jr e Alex Sandro.

Então, até o final do texto você terá um recorte de informações que explicam o caminho do Brasil, do céu ao inferno, em apenas 15 dias.

Boa leitura!

Brasil Chega na Copa do Catar como Favorito

Nos dias que antecederam a Copa no Catar, o Brasil era o grande favorito nas casas de apostas. A probabilidade de título era a maior, com a Argentina em segundo, e a França em terceiro.

Curiosamente as seleções que fizeram a final da Copa, onde a Argentina sagrou-se a grande campeã.

O Brasil de Tite chegou ao Catar como grande favorito também para a mídia esportiva internacional. O que acabou sendo reforçado pelos resultados iniciais da seleção.

Brasil Favorito na Copa do Catar 2022
Brasil favorito nas Casas de Apostas.

Esse favoritismo era justificado pelo talentoso elenco da seleção, os resultados dentro de campo, mas também pelo mau momento das seleções adversárias.

Em especial, a França, que sofreu com um grande número de lesões e cortes em seu elenco.

De qualquer forma, a seleção de Tite teve uma trajetória pré-Copa que por alguns motivos (discutíveis) a colocavam no topo do ranking de favoritos.

Como era o Brasil de Tite 2022 em Campo?

Começaremos pelo modelo de jogo básico, e depois os detalhes de funcionamento em cada partida do Brasil na Copa.

Brasil de Tite Sem a Bola

Uma das críticas mais repercutidas sobre o Brasil na Copa do Mundo, foi em relação a sua organização defensiva. Ou melhor, a falta de variações do desenho defensivo base.

Em todas as partidas, Tite optou por escalar o time utilizando o 1442. Como você pode ver na imagem abaixo.

Esquema Tático Brasil 2022
Brasil se defendendo no 1442.

Além disso, o time adotava táticas proativas para recuperar a bola. Assim, o Brasil de Tite pressionava a saída de bola dos seus adversários, e fazia o perde e pressiona. Ou ainda, como o Tite rebatizou: o REC5, que nada mais é do que um perde e pressiona limitado a cinco segundos.

Mesmo quando a pressão alta não funcionava, o Brasil contava com uma recomposição muito eficiente. Dessa forma, rapidamente a equipe se reorganizava atrás da bola, e no 1442 a defesa era muito sólida.

Por conta disso, muito provavelmente, Tite não sentiu a necessidade de adotar organizações defensivas diferentes para cada tipo de adversário.

Brasil de Tite Com a Bola

Com a bola, o time se reorganizava em campo, e usava a organização da pirâmide. Como você pode ver na imagem abaixo.

Organização Ofensiva Brasil 2022
Organização ofensiva da seleção brasileira na Copa do Catar.

Na maioria das vezes o Brasil tentava a mesma jogada.

Partindo dessa organização, Neymar recuava, recebia a bola por fora do bloco de marcação adversário, e tentava armar o time. Seja arrancando com a bola, seja tentando acionar algum companheiro.

No entanto, a grande verdade é que essa jogada funcionou pouquíssimas vezes, apesar da quantidade de tentativas. Ironicamente, na Copa do Catar, funcionou apenas no jogo da eliminação contra a Croácia.

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Em suma, o Brasil era uma equipe de táticas bem definidas, eficientes na defesa, o que permitia ao time ser ineficiente no ataque.

Mas, obviamente, permitiu até certo ponto.

A Estreia do Brasil Contra a Sérvia na Copa 2022

Em seu primeiro jogo na Copa 2022, o Brasil enfrentou a Sérvia. Além da tradicional tensão da estreia, a seleção tinha pela frente um adversário disposto a complicar o jogo.

Defensivamente o Brasil teve uma atuação impecável. Não cedeu, sequer, uma chance clara de gol. Marcação pressão encaixada, perde e pressiona intenso, e a recomposição com muita velocidade.

A Sérvia, por sua vez, não tinha um sistema defensivo tão sólido quanto o Brasil nessa partida. Assim, os espaços não demoram para aparecer. Um deles, era um grave problema de linha defensiva desalinhada, que oferecia espaço para as infiltrações do Brasil nas costas da defesa.

Brecha na defesa da Sérvia
A linha de cinco da Sérvia desalinhada, oferecendo espaço para infiltração.

Sólido para recuperar a bola, e encontrando os espaços na defesa da Sérvia, o Brasil venceu o jogo por 2 a 0, com 2 gols de Richarlison.

Aliás, o segundo gol, uma pintura, um golaço de voleio, após jogada de Vinícius Jr pela esquerda.

Vitória tranquila do Brasil, que serviu para aumentar a confiança do time. Assim como a sensação de favoritismo.

Gol Voleio Richarlison Copa 2022 Contra Sérvia
Golaço de voleio do Richarlison.

Após a partida, as probabilidades de título do Brasil nas casas de apostas aumentaram ainda mais. Além da repercussão na mídia internacional, que passou a tratar o Brasil como o time a ser batido.

Era a confirmação do favoritismo que faltava para muitos: uma vitória contra uma seleção da Europa.

Brasil 2 x 0 Sérvia (Copa do Mundo – Catar 2022)

Lusail Stadium, em Doha (QAT) – 24/11/2022

Gols: Richarlison (16’/2ºT) (1-0), Richarlison (27’/2ºT) (2-0).

Brasil: Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Lucas Paquetá (Fred, aos 30’/2ºT) e Neymar (Antony, aos 34’/2ºT); Raphinha (Martinelli, aos 41’/2ºT), Vini Jr. (Rodrygo, aos 30’/2ºT) e Richarlison (Gabriel Jesus, 33’/2ºT). Técnico: Tite.

Sérvia: Vanja Milinkovic-Savic; Milenkovic, Veljkovic e Pavlovic; Zivkovic (Radonjic, aos 11’/2ºT), Gudelj (Ilic, aos 11’/2ºT), Lukic (Lazovic, aos 20’/2ºT) e Mladenovic (Vlahovic, aos 20’/2ºT); Sergej Milinkovic-Savic, Tadic e Mitrovic (Maksimovic, aos 38’/2ºT). Técnico: Dragan Stojković.

Jogo Duro do Brasil Contra a Suíça na Copa 2022

Na segunda partida da fase de grupos, o adversário mais difícil: a Suíça.

Diferente do jogo contra a Sérvia, o Brasil não conseguiu criar um grande número de chances claras de gol. Pelo contrário, foram pouquíssimas oportunidades reais de gol.

Então, o que se viu ao longo do jogo todo, foi a seleção brasileira com sérias dificuldades para bater a defesa suíça.

No entanto, o ponto positivo foi que a equipe de Tite praticamente não cedeu chances ao adversário. Isso porque o sistema defensivo foi extremamente eficiente, assim como havia sido no jogo contra a Sérvia.

A Vantagem do Brasil

Em campo o time procurava alternativas para furar o bloqueio da Suíça.

Quando os zagueiros avançavam com a posse de bola, eles acabavam atraindo o Sow, que iniciava as jogadas marcando Casemiro.

Com isso, esse passou a ser um desencaixe de marcação importantíssimo para o Brasil vencer a partida.

Casemiro livre de marcação contra a Suíça
Marquinhos atrai o marcador e Casemiro escapa livre contra a Suíça.

Mesmo que essa vantagem pudesse ser notada desde o primeiro tempo, a jogada não era acionada. Ou seja, Casemiro procurava espaços, se movimentava livre, mas a bola não chegava nos melhores momentos.

Dessa maneira, o Brasil só foi conseguir explorar essa vantagem aos 37 minutos do segundo tempo.

O gol saiu exatamente dessa maneira, com Marquinhos atraindo o marcador do Casemiro, e o volante do Brasil invadindo a área com espaço.

Casemiro comemora o gol da vitória contra a Suíça
Casemiro comemora o gol da vitória contra a Suíça.

Assim, o Brasil conseguiu sua segunda vitória, e garantiu a classificação. A despeito das dificuldades encontradas na partida, o time confirmava ainda mais o favoritismo.

Vencendo uma partida difícil, superando a ausência de seu camisa 10, contra uma seleção melhor cotada que a Sérvia.

Brasil 1 x 0 Suíça (Copa do Mundo – Catar 2022)

Estádio 974, em Doha (QAT) – 28/11/2022

Gols: Casemiro,  37’/2ºT (1-0).

Brasil: Alisson; Éder Militão, Thiago Silva, Marquinhos, Alex Sandro (Alex Telles, 40’/2ºT); Casemiro, Fred (Bruno Guimarães 12’/2ºT), Lucas Paquetá (Rodrygo/Intervalo); Raphinha (Antony, 27’/2ºT), Richarlison (Gabriel Jesus, 27’/2ºT), Vini Jr. Técnico: Tite.

Suíça: Sommer; Widmer (Frei, 38’/2ºT), Akanji, Elvedi, Ricardo Rodríguez; Freuler, Xhaka; Rieder (Steffen, 13/2ºT), Sow (Aebischer, 30’/2ºT), Vargas (Edmilson Fernandes, 13/2ºT); Embolo (Seferovic, 30’/2ºT). Técnico: Murat Yakin.

Reservas do Brasil e a Derrota Contra Camarões

Com a classificação garantida, Tite escalou os reservas contra a seleção de Camarões no último jogo da primeira fase.

Entretanto, a estratégia não deu muito certo.

Isso porque, coletivamente, o time encontrou sérias dificuldades para conseguir superar a defesa de Camarões. Além disso, individualmente poucos jogadores tiveram atuações acima de seus normais.

Brasil é derrotado por Camarões na Copa 2022
Brasil é derrotado por Camarões na última rodada da fase de grupos.

Portanto, o que era para ser uma grande oportunidade para alguém ganhar espaço no time titular, acabou sendo uma grande decepção para a torcida brasileira.

Após desperdiçar algumas oportunidades com potencial ao longo do jogo, o Brasil viu Aboubakar marcar o gol da vitória camaronesa nos acréscimos do segundo tempo.

No entanto, o favoritismo do time titular continuava intacto. Uma vez que a derrota foi de um time que não entraria mais em campo na Copa do Mundo do Catar.

Camarões 1 x 0 Brasil (Copa do Mundo – Catar 2022)

Estádio Lusail, em Doha (QAT) – 02/12/2022

Gol: Aboubakar 46’/2ºT (1-0).

Camarões: Epassy; Collins Fai, Wooh, Ebosse e Nouhou Tolo; Anguissa, Kunde (Ncham 22’/2ºT), Mbeumo (Toko Ekambi 18’/2ºT), Ngamaleu e Choupo-Moting; Aboubakar. Técnico: Rigobert Song.

Brasil: Ederson; Daniel Alves, Éder Militão, Bremer e Alex Telles (Marquinhos 9’/2ºT); Fabinho, Fred (Bruno Guimarães 9’/2ºT) e Rodrygo (Éverton Ribeiro 9’/2ºT); Antony (Raphinha 33’/2ºT), Gabriel Jesus (Pedro 18’/2ºT) e Gabriel Martinelli. Técnico: Tite.

Goleada Contra a Coreia e a Euforia do Brasil

No primeiro jogo do mata-mata, o Brasil enfrentou a Coreia do Sul.

Com um primeiro tempo avassalador, a seleção de Tite atropelou e marcou 4 gols antes do intervalo.

Com Neymar de volta a equipe, a confiança em alta, e uma excelente atuação ofensiva da equipe, a única nuvem de dúvida que pairava sobre o time foi dissipada: o Brasil era o melhor time da Copa.

Brasil goleia a Coréia do Sul na Copa do Catar
Seleção brasileira comemorando gol.

A dúvida que restava até então era sobre o desempenho ofensivo do time. O mundo esperava por uma atuação dessas.

Jornalistas do mundo todo ressuscitaram o termo “Jogo Bonito”, utilizado nas décadas de 70 e 80 para classificar o futebol brasileiro.

Tite Faz a Dança do Pombo
Brasil goleia a Coreia do Sul, e até o técnico Tite entra na dança do Pombo.

As danças nas comemorações viraram sinônimo do futebol alegre para alguns, desrespeito para outros.

Todavia, para falar sobre o favoritismo da seleção na Copa, as opiniões eram cada vez mais unânimes.

Mesmo que fosse a Coréia do Sul, e mesmo que o time tivesse perdido o segundo tempo por 1 a 0.

Brasil 4 x 1 Coréia do Sul (Copa do Mundo – Catar 2022)

Estádio 974, em Doha (QAT) – 5/12/2022

Gols: Vini Jr (7’/1ºT) (1-0), Neymar (12’/1ºT) (2-0), Richarlison (28’/1ºT) (3-0), Lucas Paquetá (35’/1ºT) (4-0), Seung-ho Paik (30’/2ºT) (4-1).

Brasil: Alisson (Weverton, aos 35’/2ºT); Éder Militão (Daniel Alves, aos 17’/2ºT), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo (Bremer, aos 26’/2ºT); Casemiro, Lucas Paquetá e Neymar (Rodrygo, aos 35’/2ºT); Raphinha, Vini Jr (Martinelli, aos 26’/2ºT) e Richarlison. Técnico: Tite.

Coréia do Sul: Seung-gyu Kim; Moon-hwan Kim, Min-jae Kim, Young-gwon Kim e Jin-su Kim (Chul Hong, no intervalo); Woo-Young Jung (Jun-ho Son, no intervalo), In-beom Hwang (Seung-ho Paik, aos 20’/2ºT) e Jae-sung Lee (Kan-gin Lee, aos 29’/2ºT); Hee-chan Hwang, Heung-min Son e Gue-Sung Cho. Técnico: Paulo Bento.

A Eliminação do Brasil Contra a Croácia

Nas quartas de final, o Brasil enfrentou a Croácia.

Os primeiros minutos de jogo mostraram como a partida seria complicada para a seleção brasileira.

Em alguns casos, o favoritismo pode ser combustível para adversários.

Foi o caso!

Mas obviamente não foi apenas na raça e na motivação, a Croácia tinha vantagens táticas que se mostraram ao longo do jogo todo.

As Vantagens Táticas da Croácia

A maior vantagem da Croácia era na saída de bola, quando o Brasil tentava avançar sua marcação. Uma vez que os encaixes de marcação não estavam bem pensados, o Lovren acabava livre para avançar, e deixava o Vinícius Jr com dois adversários.

Assim, se o Vinícius Jr avançasse para marcar o Lovren, deixaria o Juranovic livre nas suas costas. Caso marcasse o Juranovic, o Lovren avançava livre carregando a bola.

Vinícius Jr em Dúvida contra a Croácia
Vinícius Jr com dois para marcar contra a Croácia.

Dessa maneira, a Croácia matava facilmente a pressão do Brasil.

Além disso, com Neymar marcando o Brozovic, o Brasil praticamente entregou o meio de campo para a Croácia.

Brozovic escapava facilmente da marcação, e a Croácia gerava 3 contra 2 no meio. Com isso, Paquetá e Casemiro acabavam sempre sobrecarregados.

Croácia Com Superioridade no Meio Contra o Brasil
Croácia com superioridade numérica no meio de campo.

Com a bola o Brasil insistiu na sua principal jogada: Neymar recuando para armar o time. Mas a jogada continuou ineficiente.

Abaixo a tabela das jogadas tentadas e eficiência de cada uma delas.

JogadaTentativasChances Claras
Infiltração pela Esquerda62
Linha de Fundo pela Direita61
Neymar acionado nas costas da defesa52
Neymar recuando para armar o time321
Eficiência das 4 principais jogadas do Brasil no jogo contra a Croácia.

A Quase Vitória da Insistência

Quis o destino que a jogada mais tentada do Brasil funcionasse justamente no dia da eliminação.

Aquilo que não funcionava, funcionou! E aquilo que funcionava, não funcionou!

Isso porque o Brasil marcou um gol com o Neymar recuando para armar o time, e sofreu o gol de empate em um contra-ataque.

Resumidamente, matar contra-ataques era a especialidade do Brasil de Tite. O sistema foi todo pensado para insistir e tolerar a ineficiência da sua principal jogada.

Tite deixou isso claro nas muitas entrevistas que deu no meio do ano.

No final, o gol de Neymar foi épico, de craque, mas valeu tanto quanto o gol chorado de perna ruim de Petkovic, e a prorrogação terminou 1 a 1.

Assim, a Croácia teria a oportunidade de disputar na única situação onde as chances estariam mais equilibradas: os pênaltis.

Brasil Eliminado nos Pênaltis para a Croácia

Rodrygo e Marquinhos acabaram errando as cobranças de pênalti, enquanto Casemiro e Pedro converteram. A Croácia não errou nenhuma cobrança.

Livakovic herói da Croácia
Livakovic herói da classificação croata.

Houve uma grande discussão sobre a ordem das cobranças, se Neymar deveria bater o primeiro, ou se o Tite deveria ter feito um discurso inflamado antes da disputa começar.

Entretanto, verdade seja dita, o Brasil não poderia ter deixado essa disputa chegar nos pênaltis. Uma vez que a equipe tinha totais condições técnicas de resolver a partida antes mesmo da prorrogação.

Então, algumas limitações táticas do time ficaram evidentes. Apesar disso, corrigindo a brecha pela esquerda, e distribuindo as jogadas ofensivas, o Brasil teria grandes chances de matar o jogo.

Veja bem, não precisaria nem de uma nova alternativa ofensiva, bastaria insistir menos com uma jogada ineficiente, e insistir com as jogadas mais eficiente.

Neymar lamenta eliminação do Brasil na Copa 2022
Neymar lamenta a eliminação da seleção brasileira.

Croácia 1 (4) x (2) 1 Brasil (Copa do Mundo – Catar 2022)

Estádio Cidade da Educação, em Doha (QAT) – 09/12/2022

Gols: Neymar (0-1, 16’/1ºTp); Petkovic (1-1; 11’/2ºTp).

Pênaltis (Croácia): Vlasic (gol); Majer (gol); Modric (gol); Orsic (gol).

Pênaltis (Brasil): Rodrygo (defesa do goleiro); Casemiro (gol); Pedro (gol); Marquinhos (na trave).

Croácia: Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol, Sosa (Budimir 4’/2ºT’p); Modric, Brozovic (Orsic 8’/2ºTp), Kovacic (Majer/Intervalo da prorrogação); Pasalic (Vlasic 26’/2ºT), Kramaric (Petkovic 26’/2ºT), Perisic. Técnico: Zlatko Dalic.

Brasil: Alisson; Éder Militão (Alex Sandro/Intervalo da prorrogação), Thiago Silva, Marquinhos, Danilo; Casemiro, Lucas Paquetá (Fred/Intervalo da prorrogação); Raphinha (Antony 10’/2ºT), Neymar, Vini Jr (Rodrygo 19’/2ºT); Richarlison (Pedro 38’/2ºT). Técnico: Tite.

Repercussões e o Futuro da Seleção Brasileira

O Brasil de Tite tinha problemas estratégicos, que haviam sido assuntos de diversas análises do Categoria Canal.

Após a eliminação, muitos desses problemas não foram devidamente repercutidos. Isso porque, o foco do jornalismo esportivo de massa, acaba sendo assuntos de fácil digestão.

Então, é natural que tática e estratégia acabem sendo deixadas de lado, por conteúdos mais rápidos de produzir, e mais fáceis de consumir.

O problema é que essas discussões, podem influenciar as decisões dos dirigentes da CBF. Aliás, não deveria acontecer, mas acontece.

Delegação Oficial do Brasil na Copa do Mundo 2022
Delegação do Brasil na Copa do Catar 2022.

Principalmente em casos de eliminações, onde as decisões tendem a ser populistas. Para agradar a pressão do povo, que por sua vez é derivada do debate do jornalismo esportivo.

O debate pós-eliminação gira em torno da nacionalidade do possível sucessor de Tite. Se ele deve ou não ser estrangeiro.

Um segundo critério é se o futuro técnico da seleção já ganhou títulos. Os critérios principais deveriam ser secundários. Afinal, já havia falado aqui sobre a análise de resultados e a espiral negativa que isso gera.

Deveríamos estar discutindo a melhor forma do Brasil jogar a próxima Copa. Ou seja, como manter vivas as características do verdadeiro “jogo bonito” que encanta o mundo, ao passo em que incorporamos as evoluções táticas do futebol mundial.

Somente depois disso deveríamos pensar em escolher o técnico mais apropriado para realizar o modelo que fosse definido.

Uma Longa Noite de 20 Anos

Uma vez mais o Brasil acabou eliminado nas quartas de final de uma Copa do Mundo. Com isso, o sonho do hexa é novamente interrompido, mergulhando o Brasil em uma longa e triste noite, que vai durar pelo menos mais três anos e meio.

Aliás, noite que já dura mais de 20 anos. Toda uma geração sem vivenciar o orgulho da conquista.

Apenas a glória de um passado distante é o que sustenta a ilusão de que o Brasil ainda é o país do futebol.

Mas sem inspirar novas gerações, isso faz cada vez menos sentido.

Grande abraço e até a próxima!

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Raul Ando
Raul Ando. Analista de futebol profissional. Apaixonado por táticas e estratégias de jogo. Produtor de conteúdo no Categoria Canal, Futebol Cursos e Núcleo de Análise Tática.
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