Saída de Bola do Real Madrid de Zidane

A saída de bola do Real Madrid de Zinedine Zidane tem sido um dos principais pontos positivos do time até aqui na temporada.

Mesmo jogando contra times que fazem bem a marcação pressão, o time tem tido sucesso construindo a jogada de trás evitando “rifar” a bola.

Portanto, resolvi fazer essa análise para entender como funciona a saída de bola do Real de Zidane.

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Saída de bola do Real Madrid

Em suma, existem cinco pilares importantes para a saída de bola do time funcionar: (1) Goleiro como líbero, (2) Frieza para usar a faixa mais recuada do campo, (3) bola não “queima” no pé, (4) superioridade numérica, (5) alternativas de lateralidade e verticalidade.

Veremos na sequência com mais detalhes cada um deles.

Courtois como Líbero

Vamos começar essa análise destacando o papel do goleiro Courtois na saída de bola do Real Madrid.

Courtois líbero - jogo com os pés

Por mais que o goleiro belga tenha mostrado certa carência no jogo com os pés no passado, o técnico Zinedine Zidane continuou exigindo dele a execução dessa função. Dessa forma, é fundamental destacar a evolução técnica do Courtois nesse aspecto.

No entanto, mesmo que ele tenha evoluído bastante a ponto de ser importante para o bom funcionamento da tática, ainda apresenta algumas deficiências. Principalmente na perna ruim, a direita. Em repetidos lances contra times que fazem uma marcação pressão mais intensa, esse problema se mostra evidente.

Frieza para Usar a Última Faixa do Campo

Além disso, o time não tem medo de usar a faixa mais recuada do campo quando necesssário. Como podemos notar na imagem abaixo.

Saída de Bola do Real Madrid - Última faixa do campo

Dois defensores recuam até praticamente a linha de fundo, aumentando a área de cobertura do adversário, forçando a abertura do desenho defensivo. Consequentemente os espaços entre as linhas de marcação aumentam.

Esse comportamento é um pilar importante para qualquer time que se proponha a avançar trocando passes e neutralizar a marcação pressão do seu adversário.

Bola Não “Queima” no Pé

Não só o posicionamento é importante, como também o nível técnico dos atletas. Todos os jogadores, sem excessão, tem qualidade suficiente para prender a bola e resistir a pressão no um contra um.

Assim sendo, os companheiros tem tempo para recuarem criando linhas de passe, ou se movimentando para buscar os espaços vazios. Além do mais quando a marcação dobra, significa sempre que alguém está livre em algum lugar do campo.

Portanto, mesmo que em alguns momentos o Real pareça que vai perder a posse de bola na defesa, o resultado é o oposto. Quanto mais ímpeto o adversário mostrar, e avançar o bloco de marcação com muitos jogadores, mais espaços tendem a aparecer na defesa. E nesses momentos o Real Madrid aproveita para avançar por dentro do bloco como veremos mais adiante.

Superioridade Numérica

Certamente a mobilidade do time em recuar para criar superioridade numérica, sempre em função de como o adversário está se posicionando, é importantíssima.

Saída de Bola do Real Madrid - Superioridade Numérica

Esse comportamento favorece a criação de linhas de passe, deixando sempre ao menos uma opção de passe curto livre para ser acionada. Se necessário o Real Madrid recua com até nove jogadores para o seu campo de defesa, além do Courtois, para desafogar a saída de bola ou neutralizar a pressão do adversário.

Lateralidade x Verticalidade

Consoante, além de ter um posicionamento eficiente e qualidade técnica, o time apresenta duas alternativas interessantes em termos de tomadas de decisão: pode ser vertical ou horizontal, dependendo da situação em que se encontra.

Verticalidade x Lateralidade

O time quando bem recuado, pode optar por tentar avançar por dentro do bloco de marcação adversário, a verticalidade. Na maioria das vezes o time opta por essa alternativa quando encontra espaço entre as linhas de marcação.

Em alternativa, o Real Madrid de Zidane pode optar por ser mais horizontal, tocar de lado por fora do bloco de marcação. Em geral o time opta por esse comportamento, quando o bloco adversário está mais compactado, zona de guerra mais intensa.

Ao longo do jogo, o time vai alternando entre esses dois comportamentos. A prioridade obviamente é tentar ser agudo para atacar a linha defensiva adversária. Todavia, quando o adversário não oferece espaços, o time tem uma boa alternativa para avançar em campo.

Enfim, por hoje é isso, espero que tenham gostado dessa análise e que ela tenha sido útil de alguma forma.

Grande abraço e até a próxima!

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Raul Ando
Raul Ando. Analista de futebol profissional. Apaixonado por táticas e estratégias de jogo. Produtor de conteúdo no Categoria Canal, Futebol Cursos e Núcleo de Análise Tática.
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